quarta-feira, 12 de junho de 2019

Crítica: Casal Improvável


Um amor livre de estereótipos 


Ele, um jornalista atrapalhado, mal-sucedido e com trajes juvenis. Ela, Secretária de Estado, concorrendo à presidência dos Estados Unidos e super elegante. É assim que Jonathan Levine, diretor da trama, traz para as telonas o casal mais inacreditável que já se viu, vivido por Charlize Theron, que dá vida à inteligentíssima Charlotte Field, e por Seth Rogen, que vive o redator impulsivo Fred Flarsky. O único ponto em comum que se pode traçar entre os dois, é o fato de o jornalista ter sido apaixonado por Charlote no passado, quando ela era sua babá.
Apesar de, nos primeiros trinta minutos de filme, Casal Improvável ter se mostrado enfadonho, o longa-metragem explorou bastante o empoderamento feminino, tema que tem estado em alta nas telas dos cinemas ultimamente. Charlotte é uma mulher extraordinária com uma carreira política promissora, mas os noticiários preferem dar enfoque em suas questões pessoais e na sua aparência. De forma bem-humorada, o sexismo se faz presente e é muito bem conduzido pelo admirável Bob Odenkirk, que participa da história dando vida ao presidente Chambers.
Em um mundo majoritariamente dominado por homens, Charlotte, com toda a sua inteligência e potencial, busca se tornar a primeira mulher a assumir a presidência dos Estados Unidos. Comparando-a com o atrapalhado e desempregado jornalista, ela ocupa uma posição de superioridade profissional. Os planos pongée e contra-pongée, utilizados em alguns momentos, ilustram muito bem esta relação.
Casal Improvável é interessante por trazer a inusitada união entre duas pessoas completamente distintas. Nesse sentido, dá aquela quebrada na questão do preconceito. “Como assim uma mulher poderosa daquela vai se relacionar com um cara bobão que usa roupas infantis?”. Charlotte se encantou pela essência de Fred e não pelo que ele aparenta ser. Apesar de ser uma comédia romântica, o filme não se restringiu à vida a dois do casal, mostrou a trajetória profissional de ambos e traçou uma linha paralela para falar dos democratas versus republicanos.
Embora tenha exagerado em cenas desnecessárias, como a da mulher carregando o homem nas costas como se fosse um pedaço de isopor, Casal Improvável representa uma fuga de padrão desde a sua concepção e é aí que se concentra todo charme do filme. Viva as diferenças! Viva o amor!

Direção: Jonathan Levine

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