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quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Crítica: You

Nova série da Netflix abusa da nostalgia e explora temas pertinentes


Divulgação

É impossível falar do novo lançamento da Netflix sem mencionar os dois ícones de muito sucesso entre o público jovem: Gossip Girl e Pretty Little Liars. Ambas foram presentes das distribuidoras CW e Wanner Bros e se passaram como um furacão pelos adolescentes. As séries marcaram a cultura pop e até hoje são citadas quando o assunto é série teen.
You trouxe de volta às telas Shay Mitchell e Penn Badgley, duas estrelas que interpretaram papéis importantes nas obras queridinhas das adolescentes e que garantiu uma dose dupla de nostalgia. Além disso, a série traz elementos que existiam tanto em Gossip Girl quanto em Pretty Little Liars , porém de forma amadurecida. Nesse sentido, You não é uma série voltada para os adolescentes de hoje, mas sim para o atual público de jovens adultos que não querem assistir às mesmas coisas de quando tinham 14 anos.
Joe (Penn Badgley), que é o gerente de uma livraria, se apaixona pela aspirante a poetiza Beck (Elizabeth Lail). Ao longo dos 10 episódios de 40 minutos, pode-se acompanhar o que poderia ser uma fofa história de amor se transformar lentamente em um thriller, uma vez que a obsessão de Joe por Beck faz com que ele tire do caminho tudo o que se considera empecilhos.
A série, apesar de ser declaradamente um thriller, ela nos permite sentir um misto de emoções ao proporcionar momentos cômicos, irônicos, românticos e, ao se aproximar de sua conclusão, surge um drama denso que trata de questões sérias e duras como violência doméstica, suicídio, depressão e vício em drogas. As viradas de roteiro são muitas, mas, seja lá qual for a onda, You se sai muito bem.
Greg Berlanti e Sera Gamble, que desenvolveram o show, merecem destaque, pois abordaram temas contemporâneos e pertinentes para o público a que se destina. O personagem mais sensato é uma criança de 9 anos, essa parece ser a forma que o roteiro encontra de nos mostrar como os jovens adultos se perderam no meio desta convergência digital e da enxurrada de informação que chega até eles pelas redes sociais. O que também alimenta a fina ironia da narrativa.
Porém, nem tudo que se trata desta história é brilhantismo, as falhas se encontram em um roteiro cheio de estratégias. Os aspectos técnicos não chamam a atenção, exceto pela fotografia que por vezes cria um efeito tilt shift, benefício que isso traz não foi possível notar. 
Quase toda a obra é narrada por Joe, referência direta à linguagem literária, subtema da trama. Este é o diferencial de You, já que o personagem possui um humor ácido e é muito carismático. Joe é um cara tão legal que você perdoa as atrocidades que ele faz em prol do que  julga ser amor. Ao mesmo tempo em que empresta livros para que seu pequeno vizinho desenvolva o hábito da leitura, ele também assassina e sequestra pessoas. E a atuação de Penn como o “cara legal” é  tão boa que você, caro espectador, não dá a mínima para as vítimas. E esse é o mecanismo de funcionamento de todos os relacionamentos abusivos.
Por fim, You se trata exatamente disso. Ele levanta o questionamento: se fosse você no lugar dessas mulheres, conseguiria se livrar? 

Direção: Greg BerlantiSera Gamble

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Crítica: Vai Anitta

Embarque na trajetória de sucesso da musa pop brasileira


Série mata a curiosidade de muitos fãs 


Vai Anitta, lançada pela Netflix neste mês, tem um formato de narrativa um tanto quanto interessante. Trata-se de uma série documentário sobre a história de Larissa Machado, popularmente conhecida como Anitta, que retrata desde o início de sua carreira, quando ainda carregava o nome de Mc animando os bailes da Furacão 2000, até se firmar como a grande estrela pop brasileira, em ascensão ao mundo internacional da música.

Anitta, como prefere ser chamada, nasceu no bairro Honório Gurgel, Zona Norte do Município do Rio de Janeiro. Sua carreira começou a decolar em 2013, quando o sucesso Show das Poderosas foi hit em todas as paradas do Brasil. Hoje, Anitta tenta a carreira Internacional, lançando músicas em espanhol e inglês, e também fazendo parcerias com artistas de muita visibilidade lá fora.

Divulgação/Netflix
A cantora foi a produtora executiva do documentário que tem como enredo a história de sua própria vida. Na maioria do tempo, o que se vê são amigos e familiares dela a elogiando, e os produtores declarando que ela é uma estrela internacional que já nasceu pronta. Fator que leva o espectador a se deparar repetidas vezes com essa áurea do auto-elogio.

Dividida em seis episódios, a série apresenta um tom diferente do que se propõe. O que deixa tudo mais próximo de um vídeo institucional do que de um  documentário. Além disso, há um agravante se dá quando os casos começam a ser contados. Não há espontaneidade e as cenas se parecem mais com as de um roteiro ensaiado que saídas da vida real. Se isso realmente é fruto de uma história criada, nunca saberemos. A única certeza é de que existe uma dificuldade dos entrevistados em agirem naturalmente diante da câmera.

Apesar de vários pontos falhos deixados a desejar, o filme tem seu valor. Anitta mostra como funciona o gerenciamento de sua carreira e todo o processo por trás da indústria pop e da produção musical. Dessa forma, a “rasgação de seda” se dissipa e é apresentado os aspectos do artista empresa para o espectador. Assunto interessante que poderia ter sido mais explorado.

O desfecho é coerente e bem arranjado. O documentário se encerra com Anitta regressando às origens na gravação de um clipe com seus amigos de infância em Honório Gurgel. Apesar de que em alguns pontos o longa saiu meio contracenado, em uma coisa a obra é muito sincera: mostra sempre as facetas egocêntricas da artista, coisa difícil de se admitir no mar de egos não declarados entre os famosos. Mas, tá tudo bem, Anitta, é realmente difícil não ser egocêntrica quando se é o centro das atenções a todo o tempo. A gente te perdoa mesmo sem você ter pedido desculpas.




domingo, 18 de novembro de 2018

Crítica: A Princesa e a Plebeia



A doçura do Natal trazida por um romance clichê

       Netflix/Divulgação

Mesmo com acontecimentos previsíveis, novo lançamento da Netflix é cativante

Por: Aline Daflon

O Natal está chegando e, junto com as bolinhas e as luzes piscando, a Netflix lança A Princesa e a Plebeia para fortalecer a alegria do espírito natalino. Dirigido por Mike Rohl e estrelado por Vanessa Hudgens, que dá vida a duas personagens com vidas distintas, a duquesa Margaret e a confeiteira Stacy, a comédia romântica é mais uma produção da plataforma que chega para marcar a presença com um clássico de Natal.
Stacy é a proprietária de uma confeitaria e sua vida sentimental não é lá grande coisa desde o rompimento do namoro com o ex. Desmotivada para comemorar o Natal, a moça é inscrita num concurso de confeitaria, por seu amigo Kevin (Nick Sagar), e viaja junto dele para Belgrávia para participar de uma competição de bolos natalinos. O desenrolar da trama acontece quando  as sósias Stacy e Margaret se cruzam e, então, a duquesa propõe a ideia da troca de lugares por dois dias.
Um paralelo é traçado entre as duas. Stacy, apesar de ser uma jovem simples, talentosa e realizada profissionalmente, carregava profunda frustração emocional. Já Margaret, nascida em família nobre, estava predestinada a viver um casamento arranjado, conforme a tradição. Insatisfeita com o destino pré escrito, a moça almejava uma vida comum fora dos padrões da realeza.
A Princesa e a Plebéia contrasta vidas opostas e mostra que a felicidade nem sempre consiste num casamento com o famoso príncipe encantado, mas sim na liberdade para viver a vida que se deseja ter. Mas, ao mesmo tempo, reforça a ideia de que a felicidade completa consiste no encontro do grande amor. É notória a quebra dos padrões impostos e a retirada do príncipe Edward (Sam Palladio) da zona de conforto. Diferentemente da tradição, a nova princesa não é de origem nobre e tem um perfil diferenciado, ela é dona de si e não demonstra submissão.
       Netflix/Divulgação
A fotografia tem cores claras e marcantes, condizentes com a proposta de disseminar o espírito natalino. A trilha sonora também contribuiu de forma marcante com o objetivo. O roteiro foi bastante previsível e não ofereceu nada de inovador. Mas, despertou alguns momentos de risos graças à cômica atuação de Vanessa Hudgens ao dar vida a Stacy.  
Apesar de o filme não trazer nenhuma surpresa e ter caído no tradicional “felizes para sempre”, A Princesa e a Plebéia consegue cativar o público através de uma magia simplista e cumpre, de maneira eficaz, sua proposta de entreter com a doçura de um romance natalino.
       Netflix/Divulgação

Direção: Mike Rohl