sexta-feira, 28 de junho de 2019

Crítica: Annabelle 3: De Volta Para Casa


Um terror mais divertido, mas nem por isso fraco



Novo filme da franquia Invocação do Mal tem uma pegada mais leve do que os anteriores


Uma coisa é certa: a maior parte dos filmes da franquia Invocação do Mal é conhecida pela narrativa bem construída, capaz de entreter o espectador do início ao fim, aliada a uma boa dose de sustos.  As exceções ficam por conta dos longas A Freira e A Maldição da Chorona, consideravelmente fracos em comparação ao restante da franquia. Com o sucesso de Annabelle, o filme Annabelle 3: De Volta Para Casa veio marcado por altas expectativas, tendo sido uma das estreias de terror mais esperadas de 2019.
Mas se você está esperando por grandes sustos, muitos momentos de tensão e uma presença mais evidente do queridinho casal Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga), pode se desapontar um pouco. A história tem como foco principal a filha dos dois, Judy Warren (McKenna Grace), que é deixada aos cuidados de sua babá Mary Ellen (Madison Iseman) enquanto os pais viajam. As coisas saem do controle quando Daniela (Katie Sarife), amiga de Mary Ellen, resolve bisbilhotar a Sala dos Artefatos dos Warren e acaba libertando Annabelle. Consequentemente, todos os outros espíritos presentes na sala também foram libertados, devido ao fato de a boneca ser uma espécie de condutora para essas entidades. 


No quesito terror, o filme começa de forma leve, com praticamente nenhum susto, e foca em mostrar como a infância de Judy tem sido afetada pelo fato de seus pais serem demonologistas. Ela tem poucos amigos na escola, sofre bullying e ainda tem que lidar com sua mediunidade, característica herdada de sua mãe. O diretor e roteirista Gary Dauberman vai desenvolvendo o suspense aos poucos, deixando os sustos e as partes mais sombrias para a metade do filme em diante.
A história se passa em apenas uma única noite, e a Sala dos Artefatos assume o protagonismo do longa, sendo explorada de maneira bastante inteligente e nada cansativa. O espectador, sem dúvidas, ficará curioso para descobrir os diversos objetos mantidos na assustadora sala, curiosidade essa que vai sendo construída com muito cuidado e até inteligência, em cima dos mecanismos presentes no ambiente. Vários espíritos são apresentados ao longo do filme, mas, infelizmente, a grande maioria de maneira muito superficial. Como em todo filme de terror, os clichês existem, claro, mas de forma moderada, sem influenciar na qualidade do enredo de maneira muito significativa. 


O destaque fica para a atuação de McKenna Grace, que rouba a cena ao retratar uma Judy forte e corajosa, até mais do que suas parceiras. A sabedoria e as habilidades de Judy, claramente adquiridas pelo fato de ter crescido em meio a um ambiente rodeado pelo sobrenatural, também chamam atenção, sendo bastante necessárias para o desfecho do filme.
As cenas em que Ed e Lorraine aparecem não deixam a desejar. Muito pelo contrário! O diálogo que Lorraine tem com Daniela ao final do filme é bastante emocionante e traz uma mensagem muito bonita. É inevitável não ficar com um sorrisinho no rosto nas cenas em que o casal aparece, principalmente quando é retratado todo o carinho e amor que eles têm pela filha.
Annabelle 3: De Volta Para Casa pode ser um filme mais leve e divertido do que os anteriores, mas ainda assim consegue prender a atenção do espectador e construir um terror mais sutil, de forma bastante satisfatória.  Ao final do filme, como de costume, aparece uma fotografia da verdadeira família Warren, só que desta vez seguida de um texto em memória a Lorraine, falecida em abril deste ano.

Direção: Gary Dauberman

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