sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Crítica: O Homem Ideal?

Uma comédia apática

Divulgação
Longa aposta em humor com base na ridicularização do personagem
Dirigido e roteirizado por Carles Alberola, O Homem Ideal? gira em torno de um encontro às cegas que Jaume (Alfred Picó) e Raquel (Cristina García), casal supostamente perfeito, arranja para Ruben (Carles Alberola), um amigo de longa data. Com a chegada de Pilar (Rebeca Valls), a escolhida para fisgar o coração do solteirão, as coisas se modificam bastante e se instala no ar um clima de tensão. 
Solteiro e divorciado há dois anos, Rubens é um escritor e professor universitário de meia idade ansioso que não se considera talentoso o suficiente para ter uma carreira de sucesso, tampouco para arrumar uma namorada. Ele vê o relacionamento de seus amigos como perfeito, mas logo no começo da trama, Jaume vai confessar algumas verdades que desmascaram essa aparência de perfeição. 
Divulgação
Pilar é irmã de Raquel, mas uma é o oposto da outra. Raquel é uma quarentona que oscila entre seu amor por Jaume e Ruben. Ela se acha velha demais e é insegura com relação à sua aparência. Já Pilar, é uma jovem de 28 anos que apesar de ser muito bonita e sensual, apresenta um quadro de depressão. Em um primeiro momento a moça é retratada como fútil, mas após um tempo, percebe-se que é bastante inteligente.
O ápice do longa-metragem é o tom humorístico em torno da ridicularização de Ruben, que constantemente ironiza a si mesmo, suas inseguranças e suas crises existenciais. Com algumas pitadas de humor vindas de Ruben, o filme não chega a ser tão engraçado, além de não despertar no público nenhuma emoção.  É um filme apático, com aparência de peça gravada, que acontece, basicamente, na casa de Ruben, alternando-se entre as salas de estar e de jantar. E muitas vezes é filmado próximo ao rosto dos personagens, utilizando recursos de foque e desfoque dos fundos ou personagens, o que enfatiza as expressões deles. 
Com apenas quatro personagens, que têm características diferentes, mas que os conectam entre si, O Homem Ideal? trata de transtornos psicológicos, lealdade e infidelidade, amizade e amor. Apesar de divertido em alguns pontos e reflexivo em outros, não há grandes elementos que prendam o espectador. 

Direção: Carles Alberola


segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Canal Brasil - Comunicado Oficial à Imprensa


O Canal Brasil nega veementemente a informação publicada pela colunista Fábia Oliveira, do Jornal O Dia, de que a transmissão da Cerimônia de Encerramento do Festival de Cinema de Gramado seria interrompida caso algum artista falasse mal do presidente Jair Bolsonaro. Tal hipótese é, inclusive, tecnicamente inviável, uma vez que a transmissão foi feita ao vivo em todas as plataformas. Como havia sido planejado e divulgado pelo canal, a cerimônia foi ao ar em tempo real e sem cortes ou intervalos. A noite foi extremamente politizada, com críticas feitas – e transmitidas – por diversos artistas e comentadas inclusive pelos apresentadores do canal. O Canal Brasil prima pela liberdade de expressão, pluralidade de discursos e diversidade e refuta qualquer tipo de censura.

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Crítica: Voando Alto



Uma Andorinha só não faz verão


Animação aborda o desafio de se viver com as diferenças e reforça a importância da união

Voando Alto evidencia, desde o início, a grande rivalidade existente entre Gaivotas e Andorinhas. As duas espécies vivem à beira da praia, mas cada uma em um lado diferente da rocha. O pequeno Manou, um filhote de andorinha, é adotado por um casal de gaivotas e cresce acreditando ser um deles. Apesar de ser muito amado pela família adotiva, ele tinha dificuldades para ser aceito do jeito que realmente é. O passarinho vivia um dilema diário: voar, nadar, pescar e comer como uma gaivota sem obter muito sucesso.

A situação desanda quando Manou não consegue lutar contra os ratos, perde os ovos do ninho e é expulso da comunidade. Ele conhece Parcival, uma ave esquisita que se deduz que seja um Peru (o filme não deixa claro), e o trio de andorinhas formado por Yusuf, Poncho e a sábia Kalifa, que lidera o grupo. A partir desta união, participam de muitas aventuras e Manou consegue dar a volta por cima e mostrar o seu grande valor como um verdadeiro herói.
Uma importante reflexão é posta em pauta: o desafio de conviver com as diferenças. A animação traz espécies diferentes, cada uma com suas particularidades e mostra o quanto é difícil aceitar o outro como ele realmente é. Mas, acima de tudo, nos mostra também que quando há respeito e amor ao próximo, tudo fica mais fácil. Pode soar meio clichê, mas Voando Alto tem a dizer que a união faz a força e que aquela história de que uma andorinha só não faz verão é bem verdadeira.
Apesar de previsível e de algumas falhas com cortes abruptos, a animação não é um fracasso. É agradável e consegue cumprir bem o objetivo de entreter os pequenos.



Direção: Christian Haas e Andrea Block


quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Crítica: No Coração do Mundo


Nem heróis, nem vilões: apenas seres humanos

Sem reforçar estereótipos, longa aposta numa visão humanista


Muitas construções familiares brasileiras, principalmente nas áreas periféricas, estão longe de ser um comercial da margarina. O abandono paterno não é estranho e, simultaneamente, a figura da mulher que dá duro para sustentar a sua família é muito comum. Na verdade essas guerreiras, que muitos enaltecem, são mulheres cansadas e sobrecarregadas. O drama dirigido por Gabriel Martins e Maurício Martins ilustra de forma bastante realista este cenário.
Na periferia de Contagem, Minas Gerais, Marcos (Leo Pyrata) mora com a mãe e com a irmã mais nova. Enquanto as duas trabalham e sustentam a casa, o rapaz vive dos pequenos delitos que comete. No entanto, sua amiga Selma (Grace Passô) surge com uma proposta bastante tentadora de um assalto que pode mudar suas vidas para sempre. Mas, para dar certo precisaria da ajuda de Ana (Kelly Crifer), namorada de Marcos, que vive uma vida honesta.
No Coração do Mundo não é nada previsível e é conduzido por momentos de suspense. A ambientação é real e os diálogos entre os personagens fluem de forma bastante natural. Com a predominância de primeiros planos, é possível criar uma relação de empatia com cada personagem. O elenco teve uma excelente atuação e contou com a presença de Mc Carol que, de forma autêntica, deixa registrada sua primeira atuação nas telonas.
O drama tem um caráter bastante naturalista e traz os problemas dos personagens de forma nua e crua. Em No Coração do Mundo não existe mocinho ou vilão, mas sim seres humanos que cometem erros, regeneram-se ou até mesmo tropeçam e se desviam do caminho íntegro por onde costumavam andar. O que os personagens têm em comum é ambição por um futuro melhor sem passar por apertos. Cada um à sua maneira busca o que é melhor para si. Não há a intenção de levantar julgamentos, tampouco de fazer apologia à criminalidade. Cada escolha que se faz vem acompanhada pelas consequências, que na vida do crime não são as melhores.
No Coração do Mundo é um grande acerto do cinema nacional. Com um caráter humanista, o longa-metragem não reforça estereótipos. É um filme excelente não só pelo modo como foi construído, mas pela forte reflexão que carrega.

Direção: Gabriel Martins e Maurício Martins


terça-feira, 23 de julho de 2019

Lançamento do livro “Teatro das Oprimidas: estéticas feministas para poéticas políticas” acontece no RJ



O livro Teatro das Oprimidas: estéticas feministas para poéticas políticas, de Bárbara Santos, tem seu lançamento no Rio de Janeiro nesta sexta-feira, 26 de julho, às 19h. O evento acontece na sede do Centro de Teatro do Oprimido, na Lapa. O lançamento terá como abertura a apresentação da performance “Ancestrais”, pelo Coletivo Madalena-Anastácia e contará também com um Sarau feminista intitulado “mulheres e suas narrativas poéticas”.
A obra de Bárbara Santos apresenta a história do surgimento e da expansão da Rede Ma(g)dalena Internacional, de artistas-ativistas da América Latina, Europa, África e Ásia. A rede foi e segue sendo impulsionada pelo desenvolvimento do Teatro das Oprimidas, metodologia teatral de perspectiva feminista. As protagonistas dessa obra são ativistas que, como praticantes e integrantes do movimento internacional de Teatro do Oprimido, a partir de seus lugares de existência e de resistência, decidiram implementar estratégias antipatriarcais na práxis do método.
O livro brinda leitores e leitoras com um vasto arsenal de exercícios, jogos e técnicas inovadoras, trazendo exemplos práticos de aplicação da metodologia e de atuação articulada em rede. A autora analisa os problemas enfrentados e os avanços políticos e metodológicos de uma década de atuação, destacando as questões que seguem desafiando o Teatro das Oprimidas, uma experiência estética que visa à investigação e a superação das opressões enfrentadas pelas pessoas que são socialmente percebidas como mulheres. 

O Centro de Teatro do Oprimido fica na Avenida Mem de Sá, 31 – Lapa. Entrada franca.


quarta-feira, 10 de julho de 2019

“A Invenção do Nordeste” volta ao Rio e se apresenta no Teatro Carlos Gomes



 A comédia foi vencedora das principais categorias de todos os prêmios do Rio de Janeiro
Divulgação


Chega ao Teatro Carlos Gomes a peça “A Invenção do Nordeste”, do Grupo Carmin. O espetáculo, que fica em cartaz de 18 a 28 de julho, conta a história de um diretor cuja missão é contratar um ator nordestino para interpretar um personagem nordestino. Os dois finalistas fazem profundas reflexões a respeito de suas identidades e percebem que ser um personagem nordestino não é uma tarefa tão simples.
A comédia, dirigida por Quitéria Kelly, foi motivada após as reações xenofóbicas  durante as eleições presidenciais em 2014, e foi inspirada na obra “A Invenção do Nordeste e Outras Artes”, do Professor Dr. Durval Muniz de Albuquerque Júnior.  A proposta é desenhar a trajetória hilária e, por vezes conflitante, da história recente do estabelecimento da região nordeste.
“A Invenção do Nordeste” foi vencedora dos prêmios: Prêmio Shell 2019 de Melhor Dramaturgia, Prêmio Cesgranrio 2019 de Melhor Espetáculo, Prêmio do Humor 2019 de Melhor Espetáculo, Melhor Direção e Melhor Dramaturgia, Prêmio APTR 2019 de Melhor Dramaturgia e Melhor Ator Coadjuvante, Prêmio Questão de Crítica 2019 de Melhor Espetáculo e Prêmio Botequim Cultural 2019 de Melhor Autor.
O Teatro Carlos Gomes fica na Praça Tiradentes, s/nº, Centro, Rio de Janeiro. “A Invenção do Nordeste” tem 60 minutos de duração e fica em cartaz de 18 a 28 de julho. Quinta, sexta e sábado, às 19h e domingo, às 18h. O valor do ingresso é R$40,00 (inteira). Classificação indicativa 12 anos.
Divulgação








sexta-feira, 5 de julho de 2019

“Homem-Aranha: longe de casa” conquista mais de oito milhões de reais no primeiro dia



Longa assumiu a marca de maior abertura da Sony no Brasil

“Homem-Aranha: Longe de Casa” conquistou mais de oito milhões de reais em bilheteria em apenas um dia. O longa já é o maior dia de abertura de julho da história . O filme assumiu a marca de maior abertura da Sony no Brasil.
Sinopse: Seguindo os eventos de “Vingadores: Ultimato”, o Homem-Aranha precisa encarar novas ameaças em um mundo que mudou para sempre.




Divulgação: Primeiro Plano