segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Crítica: Emma e as Cores da Vida

A Rebeldia do Cinema Italiano

Divulgação


Silvio Soldini retorna às telas com longa selecionado para o Festival de Cinema Italiano deste ano.




O drama Emma e as Cores da Vida, co-roteirizado por Silvio Soldine, ganha destaque, dentre outros filmes do gênero, não só por ser uma produção italiana, mas também por ter personagens que fogem do padrão. Teo (Adriano Giannini) é um publicitário conquistador que conhece Emma (Valeria Golino), uma osteopata deficiente visual. Os dois engatam uma amizade colorida, enquanto Teo se introduz cada vez mais na vida de Emma. Por meio da fotografia as emoções foram expressadas de forma envolvente e, com o enquadramento dado, os sentimentos de confusão e revolta foram salientados. O grande trunfo da história são os personagens que fogem do tradicional. Teo é mentiroso, adúltero e prepotente, além disso, ao longo do filme ele toma diversas atitudes duvidosas relacionada à Emma. O espectador não deve esperar ter suas expectativas correspondidas em relação à moral do protagonista.
Outro ponto forte é também o tratamento dado à comunidade cega. As questões levantadas são incomuns, e dão um novo panorama destas pessoas. O filme reconhece além das dificuldades presumíveis, porém ele não trata só disso, a cegueira é apenas uma das muitas particularidades de Emma. Pela sensibilidade expressada, vale a ênfase. A atuação de Valeria Golino é surpreendentemente convincente no papel, mostrando todo o cuidado na preparação de elenco.
Por fim, este é um filme rebelde, pois não busca criar identificação para com o protagonista, como a maioria das histórias fazem. Também não usa de recursos retóricos para satisfazer nossa vontade de ter um final justo, ou que nos dê uma grande lição de moral.  E o espectador deve se conformar, pois afinal não é assim a vida? Vale a pena de ser assistido, mas se prepare para o descontentamento.

Direção: Silvio Soldini

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