sexta-feira, 29 de março de 2019

Metade dos filmes selecionados para o 21º Festival de Cinema Brasileiro de Paris foi dirigido por mulheres


“O Beijo no Asfalto”, de Murilo Benício, é o filme de abertura, e “Marighella”, de Wagner Moura e “Amazônia Groove”, de Bruno Murtinho, encerram o Festival na capital francesa


A 21ª edição do Festival de Cinema Brasileiro de Paris será realizada de 9 a 16 de abril, e contará com a exibição de 23 longas, entre ficção e documentário, no prestigioso cinema L’Arlequin, localizado no Quartier Latin. A programação destaca títulos inéditos na França e conta com a presença de vários realizadores que participarão de sessões com debate com o objetivo de promover o intercâmbio entre os dois países.
“Este ano teremos duas grandes novidades, fundamentais no mundo atual: pela primeira vez, 50% de filmes feitos por mulheres, e a JangadaVOD, uma plataforma exclusiva de longas brasileiros na França, dando assim continuidade ao nosso trabalho em defesa do cinema nacional fora do Brasil”, explica Katia Adler, idealizadora e diretora do Festival.
A JangadaVOD permitirá o aluguel de longas brasileiros em todo o território francês, ampliando o alcance do Festival que há duas décadas lota o cinema L’Arlequin com um público fiel. “Todos esses anos de Festival fomos questionados pelos espectadores sobre onde poderiam assistir aos filmes brasileiros. A plataforma facilitará esse acesso”, conta Katia. A seleção para assistir online inclui ficções como O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho, e Elis, de Hugo Prata, além de documentários como Estamira, de Marcos Prado, e Meninas de Sandra Werneck.
Na edição deste ano o filme de abertura será O Beijo no Asfalto, de Murilo Benício, adaptação da peça de Nelson Rodrigues, que está na competição. E os filmes de encerramento são: Marighella, de Wagner Moura, a cinebiografia de Carlos Marighella, ex-deputado, poeta e militante comunista; e o documentário Amazônia Groove, de Bruno Murtinho, que revela os artistas da região do Norte do país.
Além de O Beijo no Asfalto, a mostra competitiva inclui filmes consagrados em festivais no Brasil e no Mundo: Tinta Bruta, de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon (vencedor do prêmio Teddy no Festival de Berlim e eleito melhor filme no Festival do Rio, entre outros), Aos Teus Olhos, de Carolina Jabor (arrematou quatro prêmios no Festival do Rio 2017 e o prêmio de melhor longa ficção nacional na Mostra São Paulo no mesmo ano, entre outros), Deslembro, de Flavia Castro, (Melhor longa pelo voto popular e pela FIPRESCI no Festival do Rio e prêmio do Sindicato Francês dos Críticos de Cinema no Festival Biarritz América Latina, todos em 2018) e Temporada, de André Novais Oliveira (vencedor do Festival de Cinema de Brasília de 2018), Todas as canções de amor, de Joana Mariani, e Sócrates de Alex Moratto.
Nesta edição foram selecionados 11 documentários de diversas temáticas, alguns abordam questões sociais e políticas como A Última Aboliçãode Alice Gomes, e Torre das Donzelas, de Susanna Lira (premiado como melhor documentário no Festival do Rio 2018); e outros são retratos culturais do Brasil como My name is now, Elza Soares, de Elizabeth Martins Campos, e Orlamundo, de Orlando Morais.
Como parte integrante da programação do festival, ocorrerá o 2º Fórum Audiovisual França-Brasil, no dia 16 de abril de 2019, na Embaixada do Brasil em Paris, que visa incentivar o intercâmbio entre os dois países neste setor. Serão realizadas master classes, painéis e encontros profissionais com a presença de representantes de entidades, criadores, produtores e executivos brasileiros e franceses.
Em 20 anos, o festival permitiu que cerca de 530 filmes fossem vistos na França, diante de uma plateia de mais de 73.000 espectadores que puderam debater com quase 500 convidados.
 
(Créditos: Primeiro Plano)

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