segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Crítica: Alita - Anjo do combate


Esteticamente bonito ,mas arrastado e cansativo



Filme empolga em cenas de ação, mas decepciona em todo resto


O Filme Alita, produzido por James Cameron, é baseado no mangá de Yukito Kishiro. O produtor, mais conhecido por seu trabalho em Avatar, sempre sonhou em adaptar a história para a grande tela. O filme conta a história de Alita (Rosa Salazar), encontrada por Dr. Ido (Christoph Waltz) em um ferro velho. Ele então a remonta e faz com que a cyborgue retorne novamente à vida.
O elo motivacional do filme é a tentativa constante da adolescente cyborgue de lembrar do seu passado e como ela foi parar ali. Além disso e dos conflitos normais para a idade, ela tenta sobreviver em meio a uma caçada por sua vida. E é aí que reside um dos grandes problemas do filme. Tudo se resume à Alita. Os personagens secundários, ainda que tentem, não conseguem ter o mínimo de destaque necessário. Seja o doutor, sua ajudante ou até mesmo os vilões, nenhum deles provoca simpatia, raiva ou qualquer sentimento. São simplesmente indiferentes.
Vector (Mahershala Ali) é um ótimo exemplo. Ele está longe de ser um antagonista minimamente odiável. O máximo que ele provoca é pena, ou pior, nada. Até mesmo no encontro de Alita com Vector - tão esperado e previsível - não tem nada demais e termina de uma maneira medíocre.
Se o roteiro não é minimamente interessante, os efeitos especiais seguem o caminho contrário. Os US$200 milhões gastos para a produção do filme foram muito bem utilizados. As cenas na arena de combate são lindas e a experiência em óculos 3D torna tudo ainda melhor.
O cenário da cidade também é lindo de ver, mas vale um ponto ruim que incomoda um pouco: a caracterização dos figurantes e da população em geral. Apesar de não ser precisa a data em que o filme diatópico se passa, as roupas usadas pela população em geral são exageradamente simples. Eles não pobres, mas em um mundo futurista, é esperado que as pessoas usem algo melhor que uma bermuda jeans e uma blusa sem estampa.
Com isso, a experiência de assistir mais de 2h do filme é cansativa demais. O roteiro não prossegue enquanto Anita não tem uma mudança significativa (como a troca de corpo, as lembras do passado) e os personagens secundários são tão insignificantes que parecem figurantes.
Assim, o filme é apenas um punhado de imagens bonitas e nada mais. Uma aposta alta que pode acabar custando caro demais para a Fox.



Direção: James Cameron

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